Morreu neste domingo (29) aos 100 anos Jimmy Carter, ex-presidente dos Estados Unidos (1977-1981) e Nobel da Paz, em sua casa em Plains, Geórgia, sua cidade natal. Figura icônica na luta pelos direitos humanos e pela democracia, Carter deixou um legado de paz, altruísmo e dedicação ao próximo. "Meu pai foi um herói, não só para mim, mas para todos que acreditam na paz, nos direitos humanos e no amor altruísta", declarou seu filho, Chip Carter, em um comunicado. "O mundo é nossa família pela maneira como ele uniu as pessoas, e agradecemos por honrar sua memória continuando a viver essas crenças compartilhadas." Durante seu mandato, Carter se destacou por sua postura crítica a ditaduras na América Latina, incluindo os regimes de Pinochet, no Chile, e a ditadura militar no Brasil. Ele também enfrentou uma grave crise econômica interna e uma polêmica crise diplomática com o Irã, que resultou no sequestro de 52 americanos em Teerã, libertados apenas após 444 dias. Embora criticado na época, Carter foi reconhecido mais tarde como um visionário na busca por soluções pacíficas para conflitos internacionais. Após deixar a Casa Branca, Carter fundou a renomada Fundação Carter em 1982, com foco em diplomacia, direitos humanos e desenvolvimento. Em 2002, recebeu o Prêmio Nobel da Paz por seus esforços incansáveis para promover a democracia, os direitos humanos e soluções pacíficas para conflitos internacionais. Carter foi também um prolífico escritor, com mais de 20 livros publicados, abrangendo memórias presidenciais, poesia, obras infantis e reflexões sobre fé religiosa e diplomacia. Seu último livro, "Faith: A Journey for All" (Fé: uma jornada para todos), foi publicado em 2018. Até fevereiro de 2023, Carter estava sob cuidados paliativos em casa. Ele viveu mais do que qualquer outro ex-presidente na história dos Estados Unidos e será lembrado como um símbolo de integridade e compaixão. A Fundação Carter informou que haverá homenagens em Atlanta, Washington e Plains, mas os detalhes do funeral ainda não foram divulgados.